Pela janela da alma atravesso
a janela dos olhos em versos.
E vendo a janela quadrada da casa,
recomponho meu novo semblante.
Faço-me viajante e daqui sigo adiante.
Observo a porteira azulada,
A fazer fronteira com a estrada.
Que também configura nas frestas,
Um condomínio em compridas janelas.
Entre os galhos duma árvore
observo os montes aos montes.
Milhares de enquadramentos.
Cada um revela um registro;
Cada qual encerra um momento.
As janelas são como portais
emaranhando-se à distância.
Que me levam e também traz.
Pelo acaso que se faz
Uma recente lembrança.
Sou peleja, sou andança;
A velhice duma adulta criança.
Sou razão, causa e circunstância.
Pelas retas, pelas curvas,
Em retorcidas texturas.
Sou verso em regresso e atravesso
as janelas de tudo que acalma
a profunda janela da alma.
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