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Eis uma antiga residente que nunca envelhece e vive a primavera duma eterna juventude renovada a cada 4 anos. Jamais conquistou seus pretendentes pelo cheiro, pela cor dos olhos, ondulações capilares ou silhuetas à mostra. Perigosa, costuma ser fatalmente tentadora em suas promessas; pelo poder que ostenta e as portas que abre.
Para alguns é como uma irmã, uma filha, uma mãe, um caso secreto, casamento liberal, respeitosa senhora ou soberba prostituta. A dama mais bela da cidade acolhe a tantos que jamais faltara pretendentes. A senhora nascida em 1892, ainda é motivo para duelos ferrenhos, traições, conciliações e apostas. Ela age como um rio cujos veios transportam opiniões e sentenças.
Dizem que quem experimenta a doçura de seus lábios, jamais esquece. E apesar de sua predisposição a novos amigos e amantes, todos os que por ela passaram, almejam o antigo prazer de estar ao seu lado.
Sua personalidade é regida por sensações e sentimentos escusos em revoltas, paixões, gratidão, amor, ódio e devoção. O curioso é que tais sentimentos não habitam seu corpo. Vivem cativos aqui e ali, rondando distritos, vilas e casas. Vivem na mente e no coração do povo. Desses meros receptáculos, surge a opinião, a preferência e por fim, decisões fragmentadas que, em porcentagens acabam por definir qual pretendente escolher.
Manter? Reatar? Mudar? Dúvidas, interesses e decisões pairam no ar. Alguns entregam tudo que tem; outros fornecem parte do que podem ofertar. Há quem compre, quem se venda, quem se empresta; que não presta, tem apreço ou não tem preço! Os não principados, contentam-se com a irmã mais velha, porém não menos desejada: a Câmara de vereadores.
O tempo passa, as pedras rolam e apesar de tantas belas desfilando em passarelas públicas, a mais atraente dama da cidade não é mulher, não é gente, nem bicho… É simplesmente, a prefeitura.
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