Fotografia

Demasiado perto,
três cores em pontos
coreografam abstrata psicodelia.

Na distância certa,
fundem-se pontilhados
e aprisiona-se o passado
que num só disparo,
fizera o tempo parar.

Na tela ou em papel
conta histórias duma só cena.
Guarda em si uma novela.
Uma era em reticências.

Pavoneia os livros,
dramatiza mil vidas,
filosofa ideias escondidas
em narrativas que dispensam palavras.
Assim é a fotografia…

Um registro atento,
dessa máquina do tempo
É suficiente para o futuro fugir.

Basta um só disparo
e o depois vira agora!
O presente esmaece e
ligeiramente envelhece.

Eis a astúcia do futuro:
sempre à frente de tudo;
sem que se possa alcançar.

Porém, no presente,
fotografias carimbam
cenas que as máquinas eternizam
para ilustrar novas e velhas memórias.

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