As letras são códigos avulsos.
Num repuxo, formam-se palavras.
Dentro dos livros são mundos.
Em cadernos limpos, são nada.
Mas o nada, após um mergulho,
Faz ondas na água e nada no tudo.
O tudo de todos, o muito de poucos,
Sadios e loucos, navegando o nada.
Exclamações, às vezes são postes!
Iluminando o curso de um lápis.
Contornando ideias, rabiscos e riscas.
No trajeto, o verbo vai deixando pistas…
Predicados libertam cães revoltos!
Contidos apenas, por pontos e vírgulas.
As letras, quando combinadas,
Sem nenhuma mácula – adquirem alma;
Fartam-se em rimas.
Convertidas em prosa, viajam pelas horas
E mergulham no eterno mar do agora
Para emergir no silêncio da vida.
Autor: Paulo César Barmonte
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