Mestre Luiz trouxe vida a um saci
Que de seu cachimbo fizera surgir
Lua cheia e exibida no céu do Pititi
Cachimbou-se catimbáuticamente.
Viu no céu a lua virar semente
E as estrelas fizeram-se presentes,
No espaço onde a luz era ausente.
A dama da noite em seu vestido brilhante,
Madrugou-se a dançar pela valsa distante.
E o estonteante saci gigante, ficou feliz.
Logo, despediu-se das terras do mestre Luiz
Da casa de alpendre, ao amanhecer,
Luiz diante da mesa de jaqueira,
Tomava seu café, adocicado com fé;
Pensando na próxima cria:
Farei uma mula sem cabeça?
Cavaleiro de espada? cadeira de arara?
Cangaceiro gigante ou um trono de palma?
Quem sabe um outro saci?
Para catimbalizar buicânticos!
Pernambucar-se por nordestâncias;
Saltar mudo a fora, encantando à distância.
Pai Luiz? Pois não, seu Saci.
Dê-me a sua bênção, porque devo partir.
Cachimbei a lua diante dessa grande pedra
E hei encantar o mundo, vagando por essas terras.
Bênção dada, pode ir embora…
Já estava mesmo na hora!
A arte do mestre Luiz não deve ficar.
Tem que sair, ser parte do mundo e viajar.
COMENTÁRIOS