O tempo, a certeza e as palavras

Quando se diz que “a palavra tem poder”, geralmente as pessoas nem imaginam o quanto essa frase é literal. A palavra realmente tem poder, na escrita ou na fala, a palavra é como uma pedra lançada sobre águas calmas. O impacto provoca ondulações que hão de espalhar para toda a borda de uma poça ou lago.

As vezes nem ditas, mas subentendidas ou sentidas até mesmo pela ausência de resposta, as palavras podem provocar mudanças drásticas, alternar o curso das coisas, mudar o destino de 1 ou mais pessoas.

As palavras, como uma pedra lançada sobre a água, propagam-se como ondas que viajam por todo espaço onde habita o tempo. Assim, todos os que se encontram no caminho das ondas acabam sendo impactados de alguma forma, alguns mais, outros menos. Após lançadas, convertem-se em consequências; ações seguidas de reações, e como as ondas que propagam do centro para as bordas do lago – as palavras viajam no tempo e em seu trajeto, provocam perdas e ganhos.

O tempo é com um grande projetor a exibir contos de improviso, vividos por personagens reais. Alguns desfechos são previsíveis. Porém, do nada, tudo se revela de forma surpreendente. Há quem confie no previsível, sem olhar para o imprevisível. Contudo, não existe controle de nada sobre nada, de ninguém sobre ninguém.

Na vida, o tempo e as palavras aproximam e afastam pessoas, transformam ideias e ideais. Com o tempo, as palavras mudam. Os sentidos se convertem, invertem e revertem. Com as palavras: o tempo vira uma espécie de carimbo sobre as lembranças cercadas por sentimentos de toda espécie. Sempre em busca de respostas para as perguntas que antes, negritavam-se e imperavam-se diante de uma grande exclamação.

As certezas são como flores: num dia são botões firmes, cujas pétalas se desprendem e todos que as contemplam, afirmam numa só voz, quão belo é aquele floral. Mas, as flores murcham, perdem o encanto. E diante da beleza perdida, se dispersam as certezas que cedem lugar às dúvidas. O ciclo se mantém e novas certezas aparecem.

E o que fica? Apenas a convicção de que tudo é incerto; nada dura e as palavras contam mais do que histórias vividas… Elas fazem a história acontecer a todo instante.

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