O tempo e as flores podres do vale

A verdade é como uma árvore
que com o tempo trás para a superfície
as raízes que antes
permaneciam escondidas.

A mentira é como uma flor
cuja beleza encanta a todos
Mas esconde em seu interior
um exército de devoradores.

Certas árvores e flores ou
algumas verdades e mentiras,
convivem no mesmo chão.
Contudo, as primeiras se mostram
As outras sucumbem.

O tempo é paciente, é sábio.
E conhece bem
O resultado da pressa.

Descansa à sombra das árvores;
observa tudo de perto;
E mesmo estando longe,
conhece cada história vivida.

Em 4 estações, tudo transforma.
Paira sobre o teto de ricos e pobres;
Envereda-se por janelões e frestas.
E alivia o calor da labuta
com seu sopro manso e sereno.

Ah, senhor tempo!
Carteiro de tantas preces…
Conselheiro dos sábios,
Sentinela justiceira!
Que se faz em suspiros e vendavais;
Que primeiro vem e em segundos, vai.

Gladiador de casas soberbas;
Invasor de antigos castelos.
Que envelhece o novo
para mostrar aos tolos
que ninguém supera a força do tempo.

No despertar do campo,
no adormecer da cidade.
Novas mentiras e velhas verdades
engendram-se em consequências.

Daquilo que se tira,
daquilo que se dá;
Das coisas que apenas parecem
E aquelas que ainda são!

Pela mentira ou pela verdade,
se faz na presença ou provoca a saudade.
O tempo é um espectro se credo, a ignorar idades.

Respira o ar puro das árvores
e faz sucumbir por inteiro
as flores podres do vale
Fazendo rolar as pedras de antigos conceitos.

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