O traíra da família Pinto

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Pinto é o sobrenome de uma família de origem portuguesa. Conhecida por ser impiedosa contra os inimigos. Matavam com tanta violência que ficavam “pintados” de sangue. Daí viria a origem do sobrenome, atrelada ao termo “pintado” e não ao animal.

Em meados de 1900, membros dessa família vieram para Buíque e passaram a viver nas mediações do Catimbau. Naquela época, uma das tradições de final de ano, era a venda de abacaxis, dispostos em montantes no centro da cidade. Os sertanejos vinham dos sítios e traziam consigo facas pequenas, para comprar, descascar e consumir os abacaxis.

Certo dia, tendo um rapaz da família Pinto comprado um abacaxi, encontrava-se agachado quando foi surpreendido por um guarda que autoritariamente indagou: “E essa faca aí moleque?” – Moleque não, eu sou um homem! – exclamou.

Moleque! Repetiu arrogantemente o guarda, revidando a resposta do rapaz com uns tapas que não revidou, mas não escapou de ser preso por desacato.

Um parente do tal rapaz, testemunhou aquela cena e atalhou pela “Rua do Fiado” – que tinha esse nome porque servia de atalho para os endividados e velhacos que evitavam passar pelo centro da cidade para não serem vistos por seus cobradores (comerciantes).

Atalhando por aquela passagem, seguiu até o sítio Palmeirinha, onde residia os demais familiares do rapaz, comunicando o ocorrido. A família, que era muito valente, armou-se e partiu em volume para Buíque para exigir a soltura do rapaz, encontrar e matar o guarda que prendeu o jovem.

No mesmo instante, o informante e parente traiçoeiro, retornou apressado pelo mesmo trajeto e avisou aos policiais que seus familiares (os Pintos) estavam a caminho para juntos soltarem o rapaz e matar o soldado que o colocou atrás das grades.

O destacamento, agora prevenido, montou um piquete para recebê-los. Os Pintos não conseguiram matar o guarda, nem soltar o rapaz. Sentindo-se desonrada por não conseguir vingar um dos seus, a família resolveu de um dia para outro, deixar suas terras em Buíque e assim, seguiram para Custódia, onde ainda é possível encontrar cidadãos com tal sobrenome.

Quanto ao parente traiçoeiro que tramou contra a família. Não se sabe o paradeiro… Se ficou em Buíque ou seguiu para Custódia. A certeza que fica é um só saber: Pior que uma família de Pintos enfurecidos, é um Pinto que age como lobo sob a sorrelfa de um cordeiro.

[/vc_column_text][vc_zigzag color=”mulled_wine”][vc_column_text]Crônica baseada em relato feito por Adelson Carvalho – contador buiquense.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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